
Ao chegar em casa, fecho com cuidado as janelas e cortinas, não quero que vizinhos ou pessoas alheias me vejam. Pouco a pouco abro uma caixinha, a casa aos poucos se ilumina e são lembranças invadindo a lareira, as portas e são luzes. Ah meu deus quantos casais dançavam e vagavam rindo, que beleza era, eu vejo bebidas e a casa se enche então novamente de risada, sigo percorrendo cada cômodo e no banheiro casais flertam enquanto no meu quarto eu nos vejo.
É tudo tão magnifico, a caixinha traz em si o que há de mais belo e também mais secreto.
Vários e vários amigos bebendo juntos, ao amanhecer o que sobra são roupas e colegas sentados ao pé do sofá rindo embriagados e cansados.
E então a minha caixinha se fecha, a idade não permite mais lembrar tantas coisas sem se magoar, acho melhor parar ali e guardar. Todo dia é assim, uma grande tortura com o passado em meio ao presente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário