As vezes escondo meus medos todos numa caixinha, pequena caixinha que bate e luta pedindo pra que eles saiam, mas eu a tranco e com o tempo os esqueço e vou criando novas coisas a temer. O primeiro medo, mesmo sem perceber foi o medo de morrer, mas isso não me consome mais, afinal temer o inadiável é como temer a si mesmo, uma coisa que chega a ser banal.
Hoje tenho medo de não viver, de não existir, tenho medo de pessoas, tenho medo de doenças. Tudo o que a sociedade me ensinou a temer.
As vezes tenho sensações estranhas, como se alguns me evitassem, como se alguns não me respeitassem, eu sei o que é ser olhada com indiferença, mas acho injusto pois o que diferencia outro ser de mim?
Bens materiais, escolaridade, quantidade de idiomas? Acredito que nada disso possa mudar a nossa importância perante o outro.
Algumas vezes, tentei passar meus problemas para outras pessoas também, percebi logo de cara o meu erro, afinal não me livrei de nada apenas consumi outra pessoa com coisas que eu e apenas eu sabia resolver ou não.
Mas sem dúvidas em tantos medos, culpas, abandonos e erros, eu sempre soube amar. Afinal não escolhemos, isso é como um dom dentro de nós, um dia surge a chance e você nem mesmo percebe amar aquilo. Amo meus animais, amigos e por isso lembro de ter cometido várias falhas.
Algumas me atormentam até hoje, em pensar que abandonei algumas pessoas apenas por achar que longe de mim elas estariam melhor, talvez um erro imenso, mas era o que eu achava na época.
Quando meus amigos realmente precisaram, algumas vezes fechei meus braços apenas para me manter com os meus problemas, mas eu amei cada um deles e voltei a tempo de ajudar.
Infelizmente, eu tive mais erros que acertos, me comportando as vezes de forma egoísta, mas era como devia ser.
Eu sou apenas uma criança fingindo de adulta no mundo atual.
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