Andando pela rua, um pé em frente ao outro, os fárois me cegam, misturam-se em meio a vento, lágrima e pó. As coisas aqui parecem bem pior, ainda mais no inverno, as ruas vão ficando cada vez mais cinza e sol nenhum esquenta.
As pessoas nunca demonstram amor, não há ninguém nas ruas, nem mesmo os animais querem ficar desprotegidos. E eu aqui, morrendo a cada segundo, gerando algo seu, as lágrimas voltam e eu continuo achando que te esquecer é mesmo impossível e banal.
As garotas ao meu redor costumam falar que eu sou mesmo idiota, pior que isso sou sua idiota, te amando com tanta força, todas as festas dançando pra chamar sua atenção, me contentando com sua falta de carinho e traição.
Mas eu acho que deve ser mesmo assim, as pessoas quando amam vivem assim, não por si mas pelas outras, e só assim pode ser ingênuo novamente.
Acredite se quiser eu tenho vivido cada momento e até mesmo morrido por você, todos os dias quando me deparo com essas situações me esforço pra ver seu sorriso alguma hora, isso me faz levantar, gerar, cuidar. E quando fecho meus olhos as imagens continuam e eu tenho a sensação que morro cada dia mais e nem sei como suportar essa ideia.
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